por Affonso Chaves Jr.
Muito se fala sobre liderança. Se procurarmos o tema no Google,
aparecerão 85.800.000 páginas. Portanto, é muito difícil falar algo de novo
sobre um tema que há muito tempo é falado, comentado, discutido, ensinado e
aplicado. Mas vou me atrever a discorrer um pouco sobre ele, colocando
minha visão.
Após mais de 40 anos de experiência como gestor de pessoas, tenho
uma certeza: não é algo que se nasce sabendo fazer, mas é necessário um
talento especial para lidar com pessoas. É uma competência que pode, e deve,
ser desenvolvida ao longo da carreira de qualquer profissional, porém sem o
talento e vontade real de trabalhar com pessoas, fica muito difícil.
Muitos profissionais buscam se desenvolver nesta área, fazem cursos,
participam ativamente de workshops e procuram manter-se bem atualizados
em relação ao que existe de mais moderno e eficaz nessa área. Entretanto,
quando passam por situações muito difíceis, muitas vezes, ainda se veem sem
uma solução. Lidar com pessoas requer empatia, solidariedade, amor, respeito,
sinceridade, lealdade para com o outro e por aí vai. A lista de requisitos é
grande, mas sem esses atributos, fica realmente difícil se relacionar com
pessoas e, mais complicado ainda, liderá-las.
Um bom líder tem um olhar diferente para cada pessoa: respeita a
individualidade de cada um e busca utilizá-la na equipe para alcançar os
melhores resultados. Se você quer ser um líder respeitado, além de estudar e
aprender as várias técnicas e ferramentas, você vai precisar de algo mais:
entender as pessoas, escutá-las, apoiá-las e, principalmente, conhecê-las o
melhor que puder.
Capacidade de relacionamento, boa comunicação, capacidade de
conexão com as pessoas, são algumas competências pessoais importantes
que você precisa possuir para tornar-se um bom líder. Muitos pensam que um
bom líder é aquele que faz acontecer o resultado. É isso, mas existe um porém:
se o resultado vier à custa de muita cobrança, estresse e “lágrimas”, algo está
errado. Um bom líder obtém os resultados por meio de sua equipe, atuando
como um facilitador, um mediador e não como um carrasco ou executando por
eles.
Pense bem em sua carreira futura: se você quiser seguir o caminho para
tornar-se um executivo, é bom avaliar se você gosta mesmo de pessoas. Caso
contrário, vai haver muito sofrimento, seu e de sua equipe. Não há nada de
errado em seguir o caminho de especialista e consultor. Assim todos ganham,
você, seus colegas de trabalho e com certeza sua empresa.